Polícia cumpre 16 mandados de prisão temporária contra funcionários de Maceió e mais 12 municípios do Estado
A merenda dos alunos da rede pública de ensino de Maceió e de mais 12 cidades do interior do Estado estava sendo desviada para compras de produtos supérfluos, consumidos geralmente por pessoas de melhor poder aquisitivo. Pelo menos cinco pessoas - acusadas de participação no esquema - já estão presas na sede da Polícia Federal em Maceió. Outras onze estão sendo procuradas. A farra com o dinheiro público teria custado mais dos R$ 8 milhões.
As prisões, buscas e apreensões estão sendo executadas pela força tarefa, composta pela PF, Controladoria Geral da União e Procuradoria da República em Alagoas. A 'Operação Mascotch' foi deflagrada na manhã desta quarta-feira, 30.
O nome 'Mascotch' - segundo a PF - é uma referência às compras pessoais e aos produtos sofisticados comprados com o dinheiro da merenda escolar. Entre os produtos relacionados pela PF estavam: uísque 12 anos, ração para cachorro e caixas de vinho.
Os nomes dos acusados com mandados de prisões expedidos estão sendo preservados, mas a PF deverá divulgá-los em breve. São ex-secretários municipais, atuais secretários municipais, várias mulheres de prefeitos, uma ex-prefeita e uma vice-prefeita.
16 mandados de prisão
De acordo com a superintendência da PF de Alagoas, estão sendo cumpridos 16 mandados de prisão temporária e 28 mandados de busca e apreensão em Maceió e em mais doze municípios alagoanos: Arapiraca, Limoeiro de Anadia, Jacaré dos Homens, Quebrangulo, Feira Grande, Traipu, Lagoa da Canoa, Girau do Ponciano, Poço das Trincheiras, Senador Rui Palmeira, Belo Monte e Estrela de Alagoas.
Dentre os mandados sendo cumpridos, há buscas realizadas nas sedes das prefeituras dos municípios de Girau do Ponciano, Poço das Trincheiras, Senador Rui Palmeira, Belo Monte e Estrela de Alagoas.
Segundo a assessoria de comunicação da PF, esta operação, na verdade, é um desdobramento da 'Operação Caetés' - executada em outubro de 2010 - que investigou um esquema de desvio de recursos da alimentação escolar, envolvendo gestores públicos e comerciantes. O trabalho de investigação envolve 28 equipes de policiais federais e auditores da CGU, contando com a participação de servidores de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba e Sergipe.
"Com a obtenção de novas provas, consistentes em processos licitatórios, controles de estoque de alimentos, notas fiscais, notas promissórias, bem como confissões, delações e testemunhos, a Polícia Federal fez uma representação pelas prisões e buscas", afirma a assessoria da PF, em nota distribuída à imprensa.
Ainda de acordo com a PF, o objetivo da operação é "demonstrar cabalmente todo o esquema de malversação de verbas públicas estruturado para apropriação de recursos destinados pelo governo federal ao custeio da merenda escolar e que se revelou maior do que inicialmente projetado".
Na nota, a PF informa ainda que as equipes prosseguem em diligências, realizando buscas e prisões. Os presos serão levados para a sede da superintendência da PF em Maceió, no bairro de Jaraguá, onde serão interrogados e ficarão à disposição da Justiça.
Segundo a PF, as funções ocupadas pelas pessoas com mandados de prisão expedidos são: em Belo Monte: primeira-dama e ex-secretário municipal de Finanças; Craíbas: secretária de Educação; Estrela de Alagoas: ex-prefeita e secretária de Educação; Lagoa da Canoa: primeira-dama e secretária de Educação, secretária de Assistência Social e ex-secretária de Finanças; Limoeiro de Anadia: primeira-dama e secretário de Administração; Traipu: vice-prefeita, primeira-dama, secretária de Assistência Social, secretário de Indústria e Comércio e ex-secretário de Administração.
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