Vergonha nacional: Senado em coma ético A capacidade dos senadores em cometer atos de afronta à sociedade brasileira é algo inacreditável. Virou lugar comum. Poderemos agora dizer que quando alguém cometer uma atitude antiética, que “virou senador”.Que nos desculpem os poucos que escapam da situação, mas o escândalo produzido é de tal monta que não existe a possibilidade de acreditar que esses muito poucos terão alguma capacidade de mudar esse estado de coisas. Escândalo que vem de todos os lados. Que se produz aos borbotões, ano após ano, e que culmina com aquele espetáculo tenebroso desta quarta-feira (20).Não sem motivo cresce a percepção da inutilidade daquela “Casa dos Horrores”. O “acordão” foi consumado. Talvez para tentar salvar as aparências, a oposição (PSDB-DEM) tenha votado pelo desarquivamento das 6 denúncias e 5 representações contra o Senador José Sarney (PMDB-AP). Aceitou a oposição, no entanto, o arquivamento da representação contra o Senador Arthur Virgílio (PSDB-AM). Se queriam autoridade moral para de algo reclamar, agora ou depois, não poderiam fazer isso. Fizeram, depois não reclamem. Diz o ditado: “Quem com porcos se mistura, farelos come.”Do PMDB, tirando raríssimas e honrosas exceções, nada mesmo podia se esperar. Partido “ônibus”, como se dizia antigamente, agora está mais para “transporte clandestino”. Não tem compostura, nem princípios. Só interesses e que interesses! Doutor Ulisses Guimarães, o senhor “Diretas Já” e outros nomes de brio dessa legenda, se espantariam com o monstro que criaram.O PT, claro, tinha a oportunidade de promover um reencontro, mesmo que pontual, com sua história e seu discurso. Optou pelo poder, pelas vantagens, pelo “luzir do ouro do Palácio”. Triste arremedo do partido que foi um dia. Fica agora, plena e definitivamente, classificado na categoria dos simples mortais. Uns poucos optam pela porta da saída, diante do naufrágio moral.O que fazer então? Resta aos cidadãos pressionar para que os recursos que devem ser apresentados ao Plenário do Senado contra o arquivamento sejam aprovados. Só a pressão popular pode tirar aquela instituição do coma. Se nem isso conseguirmos, restam as eleições do próximo ano e um processo de desobediência civil como armas da cidadania.Para mostrar nosso repúdio devemos, de imediato, exigir o fim do voto obrigatório para podermos, assim e só assim, resolver se os candidatos que se apresentarão no próximo ano merecem nosso esforço de sair de casa; o fim dos suplentes de senadores; o fim do mandato de oito anos; e a discussão – para um definição objetiva – sobre a remuneração, os benefícios e a produtividade dos trabalhos lá exercidos.Espera-se que as instituições públicas, como o Ministério Público Federal e o Tribunal de Contas da União, cumpram com suas funções constitucionais, averiguem e busquem reparação, além de punição para tudo isso que já sabemos e o que mais aparecer.
Vitória, 20 de agosto de 2009
Transparência Capixaba
“Contra a corrupção, a favor do Espírito Santo
Nenhum comentário:
Postar um comentário