Ana Cristina Oliveira, da sucursal Itabuna, e Redação
>>Conheça o Programa Nacional de Alimentação Escolar Uma auditoria do Fundo Nacional de Desenvolvimento Escolar (FNDE) apontou que a Prefeitura de Ilhéus tem que devolver cerca de R$ 296 mil à entidade. Como o valor ainda não foi pago, o FNDE suspendeu o repasse de verbas para a compra da merenda escolar no município, deixando os alunos sem ter o que comer na hora do lanche.
Das três escolas visitadas pela reportagem de A TARDE ontem, apenas uma serviu merenda, mas a poucos dias, os estudantes do Centro Comunitário do Basílio tinham que se contentar com pipoca.
A dificuldade para garantir o lanche diário nas escolas da rede municipal teve início com uma série de irregularidades denunciadas pelo Conselho de Alimentação Escolar (CAE), segundo conta a ex-diretora do CAE Jaciara da Silva Santos. Foi com base nas denúncias que o FNDE determinou a realização da auditoria da gestão dos recursos relativos a 2007 e 2008.
Segundo o secretário de Educação, Sebastião Maciel, a prefeitura não malversou verbas, mas em 2008 não pagou R$ 296.123,65 ao FNDE, relativos à contrapartida do município para comprar a merenda escolar dos cerca de 27 mil alunos que estudam nas 40 escolas da rede. Ele afirma que a falta de pagamento foi resultado de uma crise financeira, da qual o município ainda está se recuperando.
Na Escola Vovô Isac, no bairro Malhado, com alunos de 6 a 14 anos, a diretora Rita de Cássia Faria disse que teve alimentação até anteontem e está esperando a liberação do dinheiro para pedir os produtos. Segundo ela, a escola às vezes fica sem merenda, mas, quando acontece, avisa aos pais para que mandem a merenda dos filhos. Entretanto a aluna Joice Santos Florêncio, de 12 anos, que está no 2º ciclo, 2ª fase, afirmou que de vez em quando chega a faltar merenda até uma semana.
Na Escola Pequeno Davi, que está sem merenda há uma semana, ontem os 540 alunos comeram apenas biscoitos, que sobraram da última remessa de alimentos. Mas segundo a diretora Ednalva Souza Duarte, a unidade já estaria com recursos liberados para comprar alimentação que inclui, entre outros, feijão, macarrão, soja, legumes, salsicha, carne moída, suco, fubá, biscoito e leite.
Já no Centro Comunitário do Basílio, os alunos mostraram-se satisfeitos com pratos de macarrão com carne moída e cenoura ralada, servidos, na manhã de ontem. A cena, entretanto, não se repete diariamente. Segundo declarou o aluno Fabrício Santos da Silva, 8 anos, “a comida é boa, mas tem dias que falta e em outros, é suco com pipoca”.
A diretora do Centro, Tereza Fontes, admitiu que chegou a faltar merenda por até 12 dias, mas atribui o problema à fusão com outra escola, o que elevou o número de alunos de 236 para 321. Ela negou que as crianças tenham merendado pipoca, explicando que oferecem pipoca quando filmes são inseridos nas aulas.
Fonte: A Tarde
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