sexta-feira, 26 de março de 2010

Que Rei Sou Eu? Estado de Exceção em Paulo Afonso

"A psicologia forense explica que é comum quando uma pessoa é acusada e se sente acuada, começar a atacar o opositor na tentativa de mudar o foco da discussão"

Assessoria do Vereador Celso Brito
www.celsobrito.com.br


Crédito: Divulgação
Celso Brito (PSB) e Antônio Alexandre (DEM)
Celso Brito (PSB) e Antônio Alexandre (DEM)

Cremos que muitos leitores se lembram da novela global "Que rei sou eu?". Nela um rei forjado por conselheiros suspeitos, acabou por gostar de mandar, de dá ordens e cometer desmandos, chegando ao ponto de querer mandar além do seu reino. O seu nome era Pichot e o reino se chamava Avilan. A comédia inspirada no Brasil da época, ainda se assemelha aos fatos pitorescos da política "tupiniquim", e que, estranhamente acontece em Paulo Afonso.

Retirando as meras coincidências da história fictícia e a realidade local, o comportamento do presidente da Câmara de Vereadores de Paulo Afonso, parece querer tornar-se um rei déspota no pequeno reino da "pirâmide apolonesca". Achando-se o dono das chaves da Casa do Povo, o presidente arbitrariamente adia uma Sessão Ordinária para outra data, sem que os vereadores fossem consultados, pois tal prerrogativa é exclusiva da "Câmara", ou seja: Câmara Municipal configura-se como a assembléia de representantes dos cidadãos do município, melhor entendendo, Câmara são os vereadores e não apenas um. Esta interpretação é clara na Lei Orgânica Municipal no seu Art. 35, capítulo XIV. Ao presidente é dada a prerrogativa da Reunião Extraordinária e nela se decidir, por exemplo, o adiamento de uma sessão.

"Sempre atendemos solicitação de adiamento de uma sessão por vários motivos, nunca nos opomos. Até horas antes do início já adiamos em comum acordo para ceder o espaço para velórios", diz o vereador Celso Brito, que disse ainda, não ter sido consultado sobre o adiamento, apenas comunicado da decisão do presidente. Os vereadores da oposição discordaram da decisão, pois tinham interesses na sessão naquele dia, entre elas a discussão da CPI que investiga denúncia de improbidade na Administração da Câmara. "O presidente precisa entender que vivemos em uma democracia e não numa monarquia absolutista!", indignou-se o vereador ao encontrar a Câmara fechada e os funcionários dispensados do trabalho, mesmo tendo a bancada (6 vereadores) assinado um ofício descordando do adiamento sem justificativa.

Os vereadores decididos e apoiados regimentalmente avisaram que estariam na Câmara no horário previsto em Lei para a sessão ordinária e, assim a fizeram no saguão da Casa, sendo presidida a sessão pelo vice-presidente Osildo Alves, registrando em ata a sessão e convidando os presentes para a próxima sessão na terça, dia 30/03, no Plenário Josefino Teixeira. Evidente que a sessão aconteceu dentro da legalidade, com a presença de mais de 1/3 dos edis. Tanto que, a sessão transferida para o dia 25 foi cancelada e a Câmara volta à normalidade na próxima terça.

Sobre acusações do presidente em programas de rádio, desabonando a conduta e a reputação dos vereadores da oposição, inclusive, se vangloriando que dá expediente integral na Câmara, e que os demais vereadores mal aparecem o líder da oposição responde: "Toda a cidade sabe que eu sou odontólogo e dou expediente diário em minha clínica. Não sou político profissional como alguns, mas estou quase todos os dias em meu gabinete na Câmara e recebo os que me procuram onde eu estiver. [...] A psicologia forense explica que é comum quando uma pessoa é acusada e se sente acuada, começar a atacar o opositor na tentativa de mudar o foco da discussão. Ao invés de responder, lança outras perguntas contrárias", pontua o vereador Celso Brito.

Fonte: Ozildo Alves

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