Vidraça

Autor: José Ivandro

È de deixar qualquer um indignado, ver como é prepotente o presidente da Câmara Municipal de Paulo Afonso, o vereador Antônio Alexandre.

Acostumado por toda a vida a lamber botas, o presunçoso presidente, sempre se elegeu com a providencial ajuda do expediente da compra de votos, seja comprando com cestas básicas, dinheiro ou usando o poder de “dar” emprego, já que comumente utilizava se de tráfico de influência para conseguir vagas na prefeitura ou nos seus prestadores de serviços.

Dirigindo a câmara Municipal com mão de ferro, o ditador têm se servido invariavelmente da presença da Guarda Municipal com o objetivo de coibir e amedrontar as pessoas que freqüentam aquela casa, tendo em várias oportunidades determinado à retirada a força de cidadãos das galerias da casa e tentando impedir a entrada de outros.

Mas achando isso pouco, o prepotente ditador presidente, em entrevista a uma rádio local diz publicamente que não permitirá a discussão de assuntos relativos ao escândalo da “Farra das Diárias” em que é acusado de favorecer servidores que teriam recebido diárias sem viajar, e diz “Eu já li em alguns blogs que vereador ou candidato a vereador iria falar novamente de CPI com relação a diárias” e completou “Aqui não é palanque nem circo para ninguém vir toda semana com palhaçadas”.

Ainda na entrevista o presidente mostra como administra bem a casa: “As diárias que são autorizadas por esta casa foram realmente solicitadas por alguém. E quando se solicita e o Presidente autoriza é porque a pessoa fez a viagem.”, entende-se então que qualquer funcionário ou vereador pode viajar e ao voltar solicitar diárias bastando requerê-las ao presidente sem a necessidade de justificativa ou comprovação da viagem e muito menos da sua finalidade. Sabe-se que o normal é que as solicitações de diárias sejam feitas, com antecedência para que seja cumprindo o rito legal e que é imprescindível informar destino e motivo da viagem.

Ao analisarmos os dados divulgados na imprensa sobre as diárias naquela casa legislativa podemos observar que:

1_ O vereador Presidente se ausentou de Paulo Afonso por 64 dias (mais de dois meses) no período de nove meses, entre janeiro e setembro de 2009 e recebeu a importância de R$ 22.560,00 (Vinte e dois mil quinhentos e sessenta reais) em diárias, uma média mensal de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) a cada mês.

2_ Já a funcionária da Câmara SOLANGE ALVES DA SILVA, acusada de não viajar e mesmo assim receber diárias contabilizou 31 dias fora de Paulo Afonso no período de 07 meses, de março a setembro de 2009, tendo recebido a importância de R$ 9.480,00 (Nove mil quatrocentos e oitenta reais) com uma média mensal de R$ 1.350,00 (Hum Mil trezentos e cinqüenta reais):

O vereador prepotente teria passado uma semana a cada mês viajando, e a funcionária pelo menos cinco dias úteis por mês fora de Paulo Afonso. Isso é no mínimo curioso, para uma câmara de vereadores que só tem assunto para uma sessão legislativa por semana.

No caso da funcionária já se sabe que ela recebeu diárias referentes a uma viagem a Brasília sem lá ter pisado, e a justificativa do presidente de que a contadora errou ao digitar Brasília quando na verdade o destino fora Salvador, soa como piada de mau gosto.

a “Farra das Diárias”, juntam se as denuncias de empresas que funcionariam na casa de parentes do presidente, e do super contrato do mini jardim entre outras.

Acho de bom tom que os senhores vereadores pulem do muro no qual se equilibram até o momento e passem a investigar os fatos com muito cuidado e atenção.

Ao contrário do que pensa o presidente, os vereadores não só podem como devem discutir as questões denunciadas e se assim entenderem abrir uma CPI para investigar a fundo a sua administração

Em passado bem recente o nobre vereador sem ter a mão nenhuma prova, sequer indícios, articulava CPI, agora morre de medo de ter as contas da casa que dirige devassada por seus colegas.

A vida da pedra que virou vidraça não é mole não.

Fonte: Paulo Afonso de Fato